terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Promessa
















Observando o chiqueiro alheio,
por onde me esgueiro de má vontade
sem convites  para entrar e de onde não conseguem me expulsar,
sigo meus dias renovando meus nãos:
Não serei portadora de envelopes constrangedores.
Não calarei meu humor para evitar o mau-humor alheio
Não fecharei meus olhos para deixar de ver o que deve permanecer escondido.
Não me esconderei pelos corredores infectos e mal frequentados
fingindo que não ouvi meu nome.
Não esconderei de ninguém que percebo tudo.
Não vergarei minha coluna dorsal nem seguirei curvada e de olhos baixos
Não esquecerei.
Não frequentarei as rodas de notáveis desejando que alguém me note.
Não mais renovarei meu luto.
Não chorarei mais os dias passados.

Lavarei teu chiqueiro com água e sabão.
Usarei mangueira de alta pressão.
Esfregarei teus ossos até se tornarem muco.

Do teu muco reconstruirei as casas que ruíram;
Tirarei dos escombros os lares que desmoronaram,
Resgatarei as amizades que se perderam,
Darei nova vida às vidas que se despedaçaram.

Edificarei um monumento à fé que se acabou,
Darei nova forma ao amor que não vingou,
Finalizarei o projeto que não se cumpriu.

E se, no final, mísera fagulha ainda restar de ti,
Estarei em teu funeral.
Em contrição no teu jazigo
prometo cobrir-te com uma pá de cal!

4 comentários:

  1. Douglas, excluí sem querer o teu comentário!
    ia excluir a minha resposta e por imperícia, excluí o teu.
    Pode retorna, por favor?
    Eu ainda não sei mexer direito neste blog!!!
    Beijo

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  2. A minha resposta seria: Douglas, meu parceiro...
    você me envaidece!
    Szegeri, grata pelo elogio!

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  3. ""Não esquecerei. O Verso fundamental!""

    Comentário de Douglas Germano, indevidamente removido.

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