quinta-feira, 16 de julho de 2015

fim do politicamente correto

O poder acaba quando acaba o medo! Mas quem domina a informação detém o poder. Portanto, os últimos fatos envolvendo os meios de comunicação, e a maneira como tem feito uso de seu poder,( de entrar nas casas da população desinformada — porque fatos descritos de maneira deturpada não são informação, são desinformação!) formando opinião, de forma vil, nos mostra que temos muito o que temer!
A falta de isenção da mídia chega a ser vergonhosa.
Engana-se quem pensa que o PT detém o poder. O PT está no governo, lutando contra o poder que age nos subterrâneos, de forma escusa, maldosa, desonesta, plantando na população de um país inteiro dados que criam um cenário de terror.
Mas o pior já se delineia e pode ser constatado na liberdade com a qual o Xenófobos, homofóbicos, opressores, defensores da rota, da diminuição da maioridade penal estão se comportando.
A possibilidade de ter a direita novamente no poder já faz com que estes seres subterrâneos, que estiveram calados até agora, comecem novamente a se sentir à vontade para mostrar como, e o que, realmente pensam.
Porque a direita almeja ter no poder, novamente, uma classe que avaliza suas idéias separatistas, elitistas, maniqueístas e sórdidas.
Está chegando o final da era do Politicamente Correto. Temo que a incorreção política escancarada seja o novo viés de convivência em sociedade.
Se assim for, salve-se quem puder...
Espero que isso não aconteça.
Por isso, novamente, afirmo: Dilma 13 

Convertendo o taxista

Hoje tive uma experiência ótima:
Peguei um Táxi em Ribeirão Pires para levar minha mãe até o Hospital, em Santo André.
Já de cara o taxista, muito à vontade, começou a desferir absurdos contra meus ouvidos sobre política.
Entraram no roteiro do diálogo: os portos de cuba feitos com dinheiro brasileiro ( que eu destruí de primeira, explicando que são 32 empresas BRASILEIRAS financiadas pelo BNDES, que receberam esses dinheiro para trabalhar em Cuba, levando para lá, mão de obra, tecnologia e trazendo divisas para o país...
Resposta do Taxista: Ah, não sabia....
Em seguida o apoio de Dilma aos terroristas.
Expliquei que não há apoio nenhum. O que há é uma grande má fé de alguns setores neo-pentecostais que, intencionalmente, associaram a imagem de Dilma, a sua fala na ONU em 2012 e os atos terroristas de 2014 na Síria. Qualquer pessoa que se coloque a observar a cronologia dos fatos mandaria queimar em praça pública qualquer manifesto neo-pentecostal baseado nestes argumentos...
Resposta do taxista: Ah, eu não sabia.
Aí veio a questão "redução da maioridade penal"...
Argumentei o seguinte: as políticas de repressão não diminuem o crime, apenas aumentam o mercado paralelo de poder, a corrupção e colocam crianças cada vez mais cedo na mira do crime. As crianças não nascem criminosas e se atuam em favor do crime é porque a sociedade falhou no sentido de formar cidadãos de bem. Então as políticas de repressão devem ser substituídas pelas políticas de humanização da sociedade, de ocupação do espaço público, e diminuição das distâncias entre centros e periferias, devem contemplar o acolhimento, não devem oferecer vítimas cada vez mais novas para o crime....
Argumentei neste sentido.
Resposta do Taxista: Você tem razão, nunca tinha pensado nisso.
Aí veio a questão da saúde, que está um caos.
Aí perguntei: mas moço, o senhor disse que sofreu um acidente, que tem três pinos na perna, que foi atendido no HC, que os médicos são show, que a equipe de enfermagem é sensacional, que os especialistas são excelentes, que os pinos da sua perna custaram 20.000 cada um e quem pagou foi o governo! como que a saúde está ruim?
Resposta do Taxista: mas eu fui no Hospital das Clínicas, não fui no SUS.
Quase desmaiei...
Mas moço, o HC é mantido pelo SUS, as políticas de saúde implementadas pelo HC são do Ministério da Saúde e viabilizadas pelo SUS, os pinos que o senhor colocou foram pagos pelo SUS, e o senhor acha que o SUS é mantido por quem, pelo Alckmin???
Resposta do Taxista: Nossa, eu não sabia!!! É pelo governo federal, então?
Bem, a conversa foi longa.... argumento sobre argumento....
Resumo da ópera. quando chegamos, fui pagar a corrida e o taxista disse: moça, se a senhora sair pra vereadora eu voto na senhora....
Eu respondi: não sou candidata, mas se você votar na Dilma, eu já fico mais contente.
E o taxista disse: Agora eu vou votar, a senhora mudou meu pensamento.
Obrigado!
Acho que está faltando fazer isso: corpo a corpo, paciência, argumentos na ponta da língua e disposição..... e principalmente sangue frio, porque os absurdos são muitos e precisam ser destruídos com argumentos amigáveis, sem ataques.
A pessoa não pode sentir vergonha de mudar de opinião. Tem que se sentir seguro com a opção de votar em Dilma Rousseff
Acho que virei militante!
Mas um votinho eu conquistei hoje!

Corrupção no DNA

Eu adoraria viver em um país em que a população que grita contra a corrupção desse o exemplo desde cedo, de dentro de casa, nas atitudes mínimas.
Porque o político não vira corrupto depois que entra na política.
O corrupto é antes de tudo a criança superprotegida e favorecida pelos pais patetas, é o jovem esperto que quer levar vantagem em tudo, é o adulto capaz de urdir planos de favorecimento pessoal, contando com o silêncio cúmplice dos que vivem em seu entorno, que se calam diante de condutas irregulares para não ficar no isolamento. Corrupto é também aquele que se cala diante de um ilícito. Corrupto é aquele que só faz o que é certo quando tem alguém olhando... O corrupto é criado pela sociedade, nos pequenos exercícios de esperteza, de conquista de pequenas vantagens, de defesa de privilégios para alguns em vez da luta em defesa dos direitos de todos.
Por isso a corrupção, infelizmente, não serve como argumento e como fiel da balança nestas eleições. ainda não serve, mas deveria.
Se servisse, não haveria empate técnico, Dilma estaria disparada na frente, porque apesar de haver indícios de corrupção no seu entorno, nenhum deles se aproximou pessoalmente dela, diferentemente do que acontece com Aécio.
Nossa sociedade tem a corrupção em seu DNA. Por isso, nestas eleições a escolha fica por conta do montante de cidadãos favorecidos pelas medidas governamentais.
Por isso o ódio tem brotado com tanta força, porque a equação de favorecimento mudou.
Diminuiu o favorecimento pessoal e aumentou o favorecimento social.
Por isso, e a despeito da infeliz existência da corrupção, pela qual todos somos responsáveis, por ação ou por omissão, estou aqui, declarando explicitamente minha posição, a despeito dos julgamentos que podem advir disto.
Dilma não tem oratória. Mas também não dissimula.
Aécio em contrapartida, tem a oratória da dissimulação.
Por tudo isso, vou lá no dia 26...
Vou digitar 13 e torcer para que muitos milhões, como eu, façam o mesmo.
Aliás, 50%+1 é maioria mais do que suficiente.

Aécio Fanfarrão

Preciso desabafar!!!!
Esse tal de mAécio é um fanfarrão.
Está alardeando que o Bolsa Família é um aprimoramento do Bolsa Escola, Bolsa Alimentação e do Vale Gás, que eram projetos assistencialistas de Fernando Henrique Cardoso.
Por que assistencialistas?
Porque determinavam onde o dinheiro deveria ser gasto: ou no gás, ou na alimentação, ou nos cadernos da escola.
Era um desdobramento da "Caderneta do Coronel", onde o agricultor poderia ter o que quisesse, desde que comprado no empório do Fazendeiro;
A criação do Bolsa Família, nos moldes propostos pelo governo LULA, entregando de forma corajosa e audaciosa, o dinheiro resultante da aglutinação dos valores dos "Vales" de FHC, às mães de família; deram ao povo uma coisa que não se pode comprar, que não está a venda, mas que é quase tão necessária quanto o ar que respiramos: AUTONOMIA.
Ao conceder o auxílio em dinheiro, às mulheres, condicionando à permanência dos filhos na escola, muitos coelhos foram atingidos com uma cajadada só:
Fim do patriarcado medieval que ainda reinava nos grotões do interior....
A mulher se libertou da tirania machista dos confins desse país, as crianças, na escola, alimentam-se com pelo menos uma refeição que desonera a família dos custos com alimentação, a criança se sociabiliza e aprende a conviver com os diferentes, encontra outras realidades diferentes da sua, começa seu roteiro de aprendizado.
Além disso a mãe, agora com mais tempo livre, pois os filhos estão abrigados na escola, pode sair para trabalhar e pode definir suas prioridades nos gastos do pouco dinheiro que lhe cai nas mãos. Ora gasta com remédios, ora com roupas, ou com um doce pros filhos, uma fralda descartável, um perfume, talvez.... não somente com o gás, com a comida ou com os cadernos.
A autonomia está no DNA do Bolsa Família e não no DNA dos Vales assistencialistas de FHC.
Portanto, Aécio, nem venha com esta história de que FHC foi o pai do bolsa família e D. Rute a mãe. Não é porque os valores dos vales foram aglutinados para compor o valor do bolsa família que os programas se equivalem.
A autonomia não tem preço e, talvez por isso não possa ser mensurada pelas estatísticas PSDBistas.
Mas esta autonomia conquistada com o bolsa família fez com que as taxas de natalidade diminuíssem, pois a autonomia financeira trouxe às mulheres também o direito de escolha em relação aos seus parceiros e suas vidas conjugais. Contrariando o discurso que afirma que as mulheres fazem filhos pra ganhar mais auxílios, a auto-estima, advinda da autonomia fez com que milhares de beneficiárias do bolsa família se desligassem voluntariamente do programa assim que suas rendas se tornaram suficientes para seu sustento, dando oportunidades para que outras famílias também fossem favorecidas.
Revelou-se o verdadeiro perfil do povo brasileiro: o da honestidade e da solidariedade. Revelou-se naquele interior que poucos de nós conhecemos, razão pela qual muitos de nós ainda julgamos o comportamento dos beneficiados pelo Bolsa Família pelas atitudes de alguns que burlam o programa, considerando que estes são a regra. Não são, não! Eles são a exceção que age tendo como referência o comportamento já corrompido pelos hábitos e exemplos urbanos, muitos deles de direita e advindos da classe média, com suas condutas moralmente reprováveis expostas na televisão, baseadas na máxima de que é preciso levar vantagem em tudo.
O povo brasileiro realmente favorecido pelo programa Bolsa Família não pensa assim! Pensa de forma mais generosa e cívica. Usa enquanto precisa, quando não precisa mais, dá a vez para quem tem menos.
Mas, quem nunca comeu pirão de água com farinha não é capaz de dimensionar a grandeza dessas conquistas e preferem manter seu curral eleitoral em troca de pequenos vales-caridade, como se estivéssemos ainda nos tempos do "pé-de-butina" em troca de seu voto.
Ou atacam a iniciativa, desdenhando de seus resultados. Ou, numa tentativa de sobrevida, num último fôlego, reivindicam-lhe a paternidade, com direito a menções ao DNA e tudo o mais, como quem esquece de todas as alcunhas perversas e pejorativas que lhes foram lançadas por quem, agora, reconhece o mérito do programa.
Pois é, Sr. mAécio, quem bate esquece, mas que apanha não esquece.
Vocês esquecem de que muitos favorecidos foram chamados de preguiçosos, vagabundos, aproveitadores, sanguessugas, enquanto estavam tentando adquirir algo que nem todo o dinheiro em seu poder consegue lhes conferir: DIGNIDADE.
Eles conquistaram essa tão almejada dignidade. Pobre, mas digna. Quanto aos senhores, espero que encontrem rapidinho a porta dos fundos, antigamente reservadas aos menos favorecidos, serviçais e afins, e se retirem rapidamente da cena política, enxovalhada e emporcalhada pelos seus atos espúrios.
Sinceramente, espero que este povão, do grotão, da solidariedade, da honestidade registre sua gratidão e seu reconhecimento no dia 26.
— Sai prá lá, mAécio, que esse seu coronelismo, espero eu, já não cola mais!

Dilma, te vejo no domingo!

Ontem, indo pro trabalho, percebi uma grande movimentação de Policiais Militares nas ruas, no entorno do Theatro Municipal. Nada aparente, nenhum movimento perceptível que justificasse isso.
Ao sair do trabalho, helicópteros sobrevoando o centro, um som de hélices que foram ouvidos, ao longe, esporadicamente, durante o ensaio.
Ao sair do ensaio, minha ida ao médico, saída pensativa em minha caminhada pela Paulista.... E lá, mais polícia, caminhando de forma "disfarçada" por entre os transeuntes.
À noite, por volta de 21 horas, entrando no metro Paraíso, avistei algumas pessoas com bandeiras enroladas e adesivos 45 no peito, caminhando solitariamente, cabisbaixas. Pensei comigo: coitados, devem ter ficado durante todo o dia trabalhando em alguma esquina, agitando solitariamente sua bandeirinha, entre o abre-fecha dos semáforos...
Dentro do Metro, alguns grupos "diferenciados", reunidos em dois ou três, com características semelhantes.
Pensei: ...Fim de campanha é assim mesmo. Olhares vão se esvaziando quando começa a se delinear um resultado não muito satisfatório...
Agora cedo comecei o dia tomando pé dos fatos de ontem, já que o dia de ontem, para mim, só terminou agora há pouco (em algumas poucas horas de sono...).
Foi aqui no Facebook que fiz a conexão entre todas as cenas que vi ontem, desde minha chegada no trabalho até minha entrada no último metrô do dia, voltando para casa.
Ontem foi o dia da manifestação PSDBista, convocada por FHC no largo da Batata, em apoio à candidatura de Aécio Neves...
AÍ DEU-SE UMA CONEXÃO MELANCÓLICA DE TODAS AS CENAS EXPRESSÕES FACIAIS E SITUAÇÕES QUE PRESENCIEI ONTEM...
— Durante todo o dia não encontrei grupo de jovens festeiros, cantando e dançando passos de maracatu, com fitas amarradas na testa, levando o nome de seu candidato preferido adiante, ao conhecimento alheio.
— Durante todo o dia não ouvi, em nenhum momento, o som daquelas bandinhas tipo "Banda do Pirú", animando grupos de manifestantes que caminham gargalhando pelas ruas, animados pela charanga de sonoridade quase infantil, ecoando o nome do (a) candidato(a) favorito(a), dançando aos pares, rimando sua escolha eleitoral pelas ruas em cantigas parodiadas do cancioneiro popular.
— Durante todo o dia não senti nenhum tipo de euforia contaminando os pedestres, excitados pelo momento do final do dia, em que todos se reuniriam para sagrar aos 4 ventos sua escolha pras urnas no domingo próximo.
— Durante todo o dia não vi a predominância de uma cor simbólica que identifica um candidato, uma campanha, uma escolha ideológica.... Não vi.
Mas, apesar de também não ter visto, sei que em algum lugar houve um grupo que se reuniu e gritou palavras de ordem, que esbravejou contra algo...
O que vi durante todo o dia foram policiais de prontidão, ouvi helicópteros, vi executivos alinhados, senhoras respeitosas, jovens arrumadinhos, vi policiais, durante todo o dia, todos muito camuflados como se esgueirassem em direção à um conluio secreto que deveria acontecer subitamente, surpreendendo a todos como um golpe certeiro que mata o feroz inimigo, do qual precisamos nos proteger, mesmo que seja sob disfarce.
E o que vi, em nada, ou quase nada, diferia do que vejo todos os dias, em uma cidade como São Paulo, onde quase ninguém ri alto na rua, onde amigos não andam aos bandos gargalhando e comemorando um feito bobo e divertido, onde a felicidade deixa pra acontecer quando cada um retorna para o seguro recôndito de seu lar.
A cenas de ontem contrastaram com outra, que presenciei no início da semana, na festa da "Peruada" promovida pelos alunos da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco", onde a juventude, predominantemente vermelha, ocupou as ruas do centro, fantasiada, cantando movida pela bandinha sobre um carro de som, num verdadeiro Carnaval fora de época, agitando bandeiras com o fundo vermelho e o nome de sua candidata tremulando ao vento e caminhando com eles. Todos ali, espontaneamente tremulando suas bandeirinhas ao vento e levando sua candidata com eles, sem que fosse necessária nenhuma convocação. Aliás, não estavam ali para isso, não era uma manifestação política, era uma festa de estudantes.... mas aproveitaram o momento para isto, democraticamente, como se faz em um país livre, onde a ditadura não ameaça ninguém, nem de longe, a não ser na cabeça doente daqueles que "deram de ombros" para os livros de história... Claro que esta micareta estudantil incomodou, alterou a vida rotineira dos que caminham pelas ruas, passo a passo, por aí, já distantes de suas juventudes festivas.... Mas a caminhada aconteceu, a despeito dos incomodados que, certamente, escolheriam participar do cenário que presenciei ontem, contrastando com o carnaval do começo da semana.
Hoje descobri que o dia de ontem foi o dia escolhido por FHC para conclamar a população para dar seu apoio de reta final a Aécio Neves, rumo à "vitória nas urnas" (?) no dia 26 que se aproxima...
Hoje soube que este encontro naufragou, "desmilinguiu", não teve quórum, pelo menos não se equiparou em nada às ondas vermelhas que tem acontecido em todo o Brasil nesta última semana.
Pelas caras que vi durante o dia, pelos sons que ouvi, pela segurança mobilizada, pelo retorno melancólico dos "manifestantes" de ontem, acho que o encontro não foi tão legal quanto se esperava....
Porque faltou autenticidade, faltou alegria, faltou leveza, faltou cumplicidade, faltou ideal, faltou sentimento de pertencimento, faltou acolhimento, faltou um lema, faltou liderança, faltou militância, faltou coerência ente desejo e ação, faltou identidade e identificação.
Faltou afeto.
Faltou coração.
Faltou tudo aquilo que me faz esperar pela vitória de Dilma Rousseff no domingo.
Espero, sim!!!
— porque tenho um guri de 10 anos perto de mim...
— porque tenho adolescentes e jovens entre os meus, que tem sido influenciados por discursos moralistas, conservadores, distorcidos e separatistas e eles precisam de tempo e oportunidade para descobrir, aprender e reconhecer que tais discursos não são razoáveis quando se pensa em uma sociedade igualitária.
— porque quero pra essa turminha um país mais afetuoso, mais igual, mais afeito às relações de respeito e tolerância.
— porque minhas relações de amor e respeito precisam de igualdade social para existirem com plenitude.
— Porque amor, igualdade e respeito são coisas que não quero só pra mim...
Quero pra essa turminha amigos que dancem nas ruas ao som da "Banda do Pirú".
Quero pra essa turminha colegas de todas as classes sociais, religiões e cores se divertindo juntos na mesma balada, que pode acontecer numa festa ou numa praça...
Quero pra essa turminha uma história que os ajude a se reconhecer como cidadãos, a se expressar como seres humanos a se enxergar como compatriotas de outros indivíduos, que como eles pertencem a esta terra e tem os mesmos direitos à felicidade e oportunidades das quais eles desfrutam, sem nem mesmo se dar conta disto.
Quero pra eles uma felicidade que não vi ontem, nos olhos dos manifestantes pró-Aécio, mas vejo nas lindas ondas vermelhas que tem ocupado as ruas nesta reta final.
Ondas de acolhimento, que levam no seu balanço a moça bem penteada, mas levam também a descabelada... levam o jovem impetuoso, mas levam também o velho cauteloso, levam o homem e a mulher, sem lhes perguntar com que eles dormem, pra que Deus eles rezam, quem marca de roupa lhes cai bem. Quero ir na onda que leva o intelectual, mas leva também o analfabeto funcional, o semi alfabetizado, o iletrado e vão todos juntos trocando sua sabedoria construtiva. Quero ir na onda que leva o perfumado e desodorante vencido. A mão fina e a calejada. O pé bem feito e a calosidade exposta. Quero ir junto com a onda que vai de carro, a que pedala, a que vai à pé ou de transporte coletivo. Quero ver juntos o bem nascido e o desabrigado. Quero ser a preta que vai entre os brancos, tendo o oriental conversando comigo, o índio fazendo sua pajelança ao meu lado, o gringo e o nativo conversando a universal linguagem dos sinais, e quero ir com eles, buscando aqueles que ainda não vieram, porque aqui tem espaço pra todo mundo, bonito, feio, pobre, rico, com água na torneira ou advindo de uma seca descomunal.
Hoje sei, com certeza feliz e absoluta, que escolhi a onda certa.
Quero estar ao lado daqueles que querem felicidade igual pra todo mundo.
Dilma, te vejo no domingo...

Foro de São Paulo

Li uma reportagem hoje sobre o foro de São Paulo que me estarreceu.
O foro de São Paulo é uma organização que age dentro dos princípios democráticos, sem se ocultar e às claras.É uma instituição de esquerda, porque ser de esquerda é pensar a sociedade como um estrutura que deve ser boa para todos. Ser de esquerda não é sinônimo de ser terrorista, nem de ser ativista em prol da violência armada. Aliás, a violência armada no Brasil teve como representante máximo o exercito brasileiro, liderado por Militares ultra- conservadores. O "terroristas" que resistiram à violência armada do Exército Brasileiro esperaram pela oportunidade de serem levados ao Governo através das urnas. Querem demonstração mais clara de que a esquerda é uma ferramenta do exercício democrático pleno e sadio?
Quem está pregando o golpe, a revolução, o desrespeito ao sufrágio universal é a direita, não a esquerda.
Por favor, usem o cérebro um pouco!
Sair dizendo que o foro de São Paulo quer implantar o comunismo no Brasil através de uma revolução patrocinada pela Venezuela, por Cuba e pelos "bandidos revolucionários comunistas" é dar uma declaração de desconhecimento vergonhosa.
Alguém, em sã consciência acha mesmo que se estivesse em curso uma revolução comunista o PT esperaria 12 anos pra dar o bote?
E alguém pode acreditar que criariam uma organização cuja atividade é amplamente divulgada, para fazer um ataque surpresa e instituir um regime totalitário?
Alguém conhece algum golpe político que tenha se dado à luz do dia, com seus integrantes agindo aberta e publicamente?
Não, gente, golpe se dá às escondidas, secretamente ou se dá de forma sub-reptícia e ardilosa, manipulando informações de forma desleal.
Ninguém que queira dar um golpe se submete ao sufrágio universal.
Por favor, menos fundamentalismo, né?
Parem de projetar seus medos internos no exercício político. Psicanálise ajuda, bastante.
Lembrem sempre da máxima João quando fala de Pedro me diz mais sobre João do que sobre Pedro.
As acusações da direita, sua conduta, seu discurso e as escolhas políticas que têm feito mostram-nos de onde é que pode vir o golpe.
A Esquerda tem se comportado de acordo com as regras do jogo, contando inclusive com a possibilidade de perder a bola e levar um gol pelas costas.
Mas é do jogo. É preciso jogar pra ganhar, mas dentro das regras...

Dilma, Te vejo amanhã!

A falta de dados para compor uma linha de raciocínio lógico, coerente e isento é uma das características do cidadão brasileiro.
E o cidadão brasileiro é vítima desta sua característica.
O que está acontecendo no jornalismo brasileiro nos deixa a todos reféns da manipulação da informação, numa prática de propaganda eleitoral mascarada com a face de jornalismo.
Assim como mascara o direito de defesa e de resposta, quando este direito é concedido a quem está no poder, com a face de censura.
Por que não interpretamos como censura o direito de resposta que é concedido a quem está na oposição?
E por que consideramos que quem está na oposição é sempre o portador da verdade?
Nesta campanha temos visto Aécio Neves desfilando como paladino das verdades que todos nós gostaríamos de dizer... Mas ele não as diz porque crê nelas, nem porque as pratica. Ele as leva como bandeira porque sua coordenação de campanha, antes de entrarem em campo para a campanha propriamente dita, fez inúmeras pesquisas de intenções de vida, não de voto.
Sabem o que as pessoas querem comer, querem viver, querem conhecer, querem possuir. Assim como sabem também do que é que a população quer se livrar, se desfazer, quer esquecer, quer superar.
E a campanha de Aécio foi toda calcada no discurso do que é que eles querem ouvir.
Aécio angariou uma legião de eleitores com um simples gesto: foi aquele que passou a mão na cabeça dos indignados, dos insatisfeitos, dos pseudo-desfavorecidos e lhes disse que o futuro, com ele, será diferente.
Aécio é o marido traidor que chama a mulher traída de linda, que declara amor eterno, segundos após de ter sido flagrado com a vizinha, no sofá da sala de sua casa, aos beijos quentes e inegáveis.
Aécio tem um passado vergonhoso, tem uma conduta permeada de fatos obscuros. Mas, com base nas pesquisas de intenção da população, está dizendo o que todos querem ouvir.
E boa parte dos eleitores está disposta a queimar o sofá que testemunha a traição para repaginar a casa com o mesmo marido traidor. É a ilusão da mudança daqueles que na verdade querem parecer renovados mantendo o mesmo núcleo de conforto, sem ter que se envergonhar disto.
Assim são, em boa parte, os eleitores de Aécio.
E esses eleitores confundem fatos por não se darem sequer ao trabalho de analisá-los friamente. Afinal a análise fria e factual da cena da traição aconselharia expulsar o marido, mantendo o sofá. Mas... e o conforto, fazer o que sem ele? O marido pode comprar quantos sofás forem necessários, à medida das novas traições cometidas... E o discurso da renovação caberá muito bem em todas as vezes que for necessário renovar o mobiliário...
Vergonha!
Como vergonhosa é a tentativa de acusar de "censura" o livre exercício de defesa contra um crime eleitoral cometido repetidas vezes, pela Veja, pela Folha, pelo Jornal Hoje, pelo Jornal Nacional, cagando na decisão do tribunal que impede a circulação e a divulgação da revista, já que sua reportagem de capa foi considerada mentirosa, (pela inexistência de provas e pelo desmentido do advogado do depoente que justifica a ação de Veja) e a serviço apenas da propaganda política do candidato elitista.
Não senhores, cobrar seriedade da imprensa, cobrar isenção da imprensa, cobrar dela que se submeta à lei como qualquer cidadão de bem não é censura.
É simplesmente cobrar respeito às instituições que garantem o exercício democrático, que todos nós reivindicamos, alguns de nós sem nem mesmo saber o que isto significa.
A liberdade de imprensa é a garantia de divulgação ampla e isenta de fatos.
Divulgar ilações tendenciosas não é exercício de liberdade de imprensa. É crime.
Por isto a revista Veja foi punida dentro do processo eleitoral em curso.
Por isso a REDE GLOBO DE TELEVISÃO deveria ter sua concessão cassada por crime eleitoral, insubordinação aos ditames da lei, mal uso de concessão pública, calúnia, injúria e difamação, interferência lesiva e nociva sobre o processo eleitoral.
Não é possível que uma instituição criminosa detenha a maior parcela dos meios de comunicação do país somente porque a ditadura militar lhes conferiu esta propriedade para ser um instrumento a serviço do estado de exceção.
O comportamento da Rede Globo esta noite demonstra que o estado de exceção é a meta a ser atingida pelos que norteiam os caminhos do jornalismo no Brasil e isto sim, pra mim, é algo a ser combatido com firmeza.
Este é o verdadeiro golpe. Isto sim é corrupção, de princípio, de valores , de direitos sociais comuns a todos.
Dispor da boa-fé da população, da forma como Globo e periféricos fazem, é um exemplo de corrupção muito maior do que qualquer outro, porque boa-fé é um bem inestimável.
Mas só saberá o que isto significa quem utiliza a boa-fé como princípio de suas ações, infelizmente...
O jornalismo Brasileiro é totalmente desprovido de boa-fé, de isenção, de lealdade aos fatos. E os culpados por isto, ao mesmo tempo que vitimas, somos nós, com nossa preguiça intelectual, nossa desatenção à história, nossa conduta reprovável quando se trata de preservar nossa zona de conforto.
Vítimas e algozes, nos encontraremos todos amanhã...
E as vitimas, certamente, terão maior sobrevida que seus algozes. Este é o meu alento.
Dilma, te vejo amanhã!!!

Eleição

A IRRACIONALIDADE é a característica marcante destas eleições. A polaridade construída entre os dois planos de governo é insuflada pelos partidários de forma assustadora. Poucos são os que argumentam. E estes, que argumentam, tornam-se instantaneamente pessoas às quais não se deve dar ouvidos.
E aí me remeto aos Diálogos de Platão e ao Mito da Caverna: Silenciem aqueles que discordam de você e lhes trazem notícias até então desconhecidas. Eles despertarão em você algo incontrolável, capaz de desestruturar sua vida. Você se perderá. Permaneça aqui, protegido, seguro e AMARRADO! Os amarrados ao fundo da caverna encheram-se de medo e decidiram lá ficar, acreditando apenas naquilo que viam como real e que, na verdade, eram apenas sombras.
Tudo para se manterem em segurança. Assim como fazemos hoje, ao nos mantermos passivos diante de notícias que não nos movem nem mesmo em busca de confirmação dos fatos. Para salvaguardarmos a "nossa" zona de conforto.
Afinal está na moda afirmar que "sou contra tudo o que está aí", mesmo que não saibamos muito bem do que se trata esta afirmação.
Os amarrados na Caverna de Platão tinham medo do sol, da liberdade e da responsabilidade por suas escolhas.
E os amarrados de hoje, temem o que?
Tememos sempre as mesmas coisas em toda a história da humanidade. Este é o grande exercício, a busca pela assustadora, subversiva e voraz liberdade.
Esta liberdade que tantos milhões de Brasileiros conquistaram, a despeito de alguns, e que hoje dividem opiniões....
Pois então, Votem bem...
Espero que ambos os lados construam suas convicções futuras com base nas pesquisas factuais, não apenas nos dados sensacionalistas e desonestos veiculados pelos meios de comunicação.
Se isso acontecer, acho que conseguiremos, num futuro distante... nos encontrar no mesmo lado: o do respeito.

País Quincentenário

Eu só sei de uma coisa: um dos segredos da vitória é nunca subestimar o adversário. Mesmo que o adversário seja aparentemente mais fraco ou em menor número. Mesmo que o termo "guerra" seja simbólico, metafórico e irreal.
Não estamos em guerra, mas ela vem sendo instigada, sorrateiramente, por setores que sabem muito bem como fazê-lo, porque já o fizeram antes... 
As sementes estão lançadas e, aos que prezam a democracia, cabe não deixá-las brotar e florescer.
Para tanto conclamo a todos os que buscaram se informar durante este processo: — Mantenham seus argumentos vivos em seus discursos, não mais para angariar votos, mas para lançar luz sobre a escuridão da desinformação que dividiu as urnas e que agora se mostra propensa a manter vivos os discursos de separatismo, exclusão, divisão, através da perpetuação de uma indignação que é alimentada pela manipulação dos fatos, pela desinformação, pelo "não querer ouvir" pela opção pela alienação em nome da própria paz.
A alienação não gera a paz, nem mesmo para aqueles que se sentem protegidos em seu mundinho ilhado e irreal.
A alienação gera o medo, porque o desconhecido é sempre mais assustador. e quem se aliena escolhe não ficar ciente dos fatos.
E o medo alimenta condutas de defesa prévia, sem que nem mesmo haja um ataque que justifique a defesa....
A alienação nos faz algozes, vítimas e reféns.
A liberdade de todos: dos informados e dos desinformados, dos ricos e dos pobres, dos bolsistas ou dos afortunados, dos gays, dos héteros, dos trans, dos assexuados, dos cristãos ou não cristãos, dos religiosos e dos céticos, dos civis e dos militares, dos votantes e não votantes, depende do aumento da conscientização a respeito de nossa história, do curso dos fatos que culminaram neste sentimento que de alguma forma atinge a todos nós, estejamos festejando ou de ressaca pela derrota.
Precisamos com urgência espalhar a boa nova e contar, para nós mesmos, quem realmente somos nós.
Pensem nisso e, quem estiver disposto, comece na sua rotina diária a levar esclarecimento, delicada e gentilmente a quem ainda não entendeu nada do que está acontecendo neste jovem país Quincentenário.
Quinhentos anos são muito pouco. Dá pra falar sobre eles em uma mesa de boteco, em uma viagem de ônibus, em uma visita para um chá.
E devemos fazer isso, para que nossa história continue sendo escrita com tintas coloridas.... sem muros cinzentos e sem porões claustrofóbicos, de paredes sombrias e chão lavado de vermelho.
Beijos por hoje....

Sofisma

Se tanta gente apresentou seus sofismas, vou também apresentar o meu...
Todo mundo falando das abstenções, votos brancos e nulos que totalizaram mais de 40 milhões de votos e dizendo que o Brasil deu um recado claro e que quer mudanças.
Dizendo que Aécio sai fortalecido porque simbolizou estas mudanças.
Acho que estas pessoas leram o livro apenas até o penúltimo capítulo...
No último capítulo está escrito o seguinte:
— Mais de 40 milhões de pessoas disseram claramente que querem mudanças, mas ao se absterem de votar, ao anularem seus votos ou deixa-los em branco, escolheram contribuir com a permanência de Dilma Rousseff no cargo. Disseram também que Aécio não serve como paladino da mudança, posto que não o escolheram como alternativa. Preferiram se omitir em favor de Dilma a votar em favor de Aécio.
Isso significa que: se 40 milhões de cidadãos consideram que Aécio não serve como mudança, estes 40 milhões aceitaram a hipótese de eleição de Dilma, portanto, quem ganhou foi o PT, não o PSDB, como nos quer fazer acreditar a grande mídia.
Na verdade Aécio teve contra sua candidatura os votos conferidos à Dilma: 53 milhões e os votos não válidos: 39 milhões. Sim, pois cabia a Aécio, o porta-estandarte das mudanças, a missão de aglutinar em torno de si os indecisos e os insatisfeitos. Não o fez!
Votar em branco ou nulo foi, na verdade uma recusa a Aécio como polo oposto à Dilma. Logo, apesar da rejeição de Dilma, muito mais rejeitado foi Aécio, pois os que se abstiveram na verdade preferiram continuar com Dilma a conferir um voto de confiança na "mudança" simbolizada por Aécio.
Mais ou menos como fez o PSOL: Não apoiamos Dilma, mas não queremos Aécio de jeito nenhum.
Logo a vitória de Dilma foi por 96 milhões de votos.
Mas o PSDB não reconhecerá isso jamais!
Em tempo: dedico este texto à minha amiga militante Cristina Prado, que me fez ver que sofismar de forma construtiva é também uma maneira de filosofar...

Carta à Presidenta

Cara Presidenta reeleita, Dilma Vana Rousseff, quero fazer algumas sugestões para seu Governo, na área de EDUCAÇÃO.
1: Instituir, desde já, cursos intensivos de interpretação de texto, com tutores online 24 horas por dia, para evitar que dificuldades e limitações intelectuais dos cidadãos se tornem barreiras intransponíveis para a convivência civilizada.
2: Instituir, desde já, cursos de história do Brasil, contando tim-tim por tim-tim quem somos nós, para nós mesmos, apagando de uma vez por todas os danos quase irreparáveis promovidos em uma geração inteira por força das aulas de Educação Moral e Cívica, ministrados nas décadas de 70 e 80.
3: Instituir, desde já, cursos intensivos de boas maneiras, na linha "Marcelino de Carvalho", para ensinar à população que quem não sabe perder não pode querer ganhar.
4: Instituir já atividades lúdicas com a população pra conferir princípios e valores básicos à convivência em sociedade. Jogos do tipo: "não sabe brincar, não desce pro play", " pediu a bicicletinha, então pedala" e outros tantos de igual princípio.
5: Criar grupos de apoio mútuo nos quesitos "ortografia, gramática, concordância verbo-nominal" para garantir àqueles que precisam utilizar expressões grotescas, termos chulos, palavras de baixo calão, pelo menos a capacidade mínima de expressão em sua própria língua, para que somente as palavras de baixa qualidade linguística sejam motivo de vergonha.
6: Dar subsídios históricos a todo cidadão que, por força de seu poder aquisitivo, tenha a tentação de mostrar supremacia social contra quem quer que seja, para que o argumento "por que sim" deixe de existir definitivamente.
7: Dar suporte psicológicos àqueles que consideram que sua própria opinião serve como centro de avaliações de conduta, para que não haja mais surtos autorreferentes de violência em massa, seja verbal ou física e, se houver, garantir que os mesmos ocorram dentro das normas da língua.
9: Criar um curso básico de estatística para que todo cidadão tenha condições de avaliar e entender gráficos quantitativos e qualitativos, para que ninguém mais precise perder tempo explicando o que significam os termos proporcionalidade e Predominância.
10: Voltando ao quesito "interpretação de texto" solicito que seja criado um módulo especial, tendo como público alvo eleitores de todas as idades, destinado a esclarecer o significado dos termos MAIORIA ABSOLUTA e MAIORIA ESMAGADORA. É preciso conscientizar o eleitor de que MAIORIA ABSOLUTA se consegue quando se obtém metade dos votos válidos mais um voto, em qualquer pleito. Apenas um voto além dos 50% já confere maioria absoluta e garante vitória inquestionável ao concorrente favorecido pela situação acima descrita. E basta!
Se medidas como esta forem tomadas, desde já, creio que em 2018 os candidatos representantes dos pleitos populares terão grandes chances de obter uma MAIORIA ESMAGADORA, dando fim a este mimimi de insatisfação e desconstrução da representatividade conferida nas urnas.

Guinada à Esquerda

Quando um governante trata um professor como bandido, demonstra que, para ele, a educação é um verdadeiro crime.
A educação tem sido criminalizada no Brasil há muito.
Mas a coisa se agravou muito quando substituíram as aulas de história por Educação Moral e Cívica e as aulas de filosofia pelas aulas de OSPB.
Quando tiraram o canto orfeônico das matérias curriculares.
Decisões estúpidas, impostas por governos ditatoriais.
Decisões que tiraram do indivíduo o direito de construir seu rol de impressões sobre a vida, sobre o mundo, sobre a comunidade, sobre seus pares através de uma visão mais humana, mais filosófica, mais poética. Mais civil, como origem de civilidade. Não apenas como antônimo de militar.
Nos foi tirado o direito de sermos civis. Portanto restou-nos apenas a escolha entre ser militar ou criminoso.
Beto Richa é cria deste período educacional onde o dedo podre do governo militar impediu os educandos de se tornarem seres humanos, pensantes e coletivos.
E essas crias estão em idade de governar, gerando filhos e sucessores às suas imagens e semelhanças.
Batendo quando deveriam dialogar.
Ordenando quando deveriam negociar.
Negando quando deveriam conceder.
Desmoralizando a si próprios, além dos cargos que ocupam, das pessoas que os servem e os que deles divergem.
Verdadeiro rolo compressor que deveria envergonhar a todos e que deveria pesar sobre a língua dos que vão às ruas bater panelas levando suas babás à tiracolo. Dos que mandam dinheiro pra Suíça, dos que consideram a corrupção alheia mais grave do que sua corrupção pessoal. Dos que clamam pela "re-militarizacão" do governo como elixir paregórico para as mazelas do país.
Isso só pode ser fruto de uma educação moldada pela tirania!
Professores tratados como bandidos deveria ser o sinal definitivo de que fizemos e continuamos fazendo tudo errado. Que, como filhotes da ditadura que somos todos nós, gostemos ou não, deveríamos decidir por uma verdadeira guinada em nossas vidas.
E se esta guinada um dia acontecer, espero que seja uma guinada à esquerda, porque à esquerda encontra-se o direito de discordar, a possibilidade de andar livremente, encontra-se o direito de pensar e discorrer sobre o que se pensa. Encontra-se a vida em coletividade respeitosa, encontra-se o pensamento plural. Encontram-se o direito de filosofar, aprender, ensinar e cantar em paz.
Lá, à esquerda, encontra-se o conhecimento histórico FACTUAL e não apenas midiático, encontra-se o senso cívico, oriundo da prática da civilidade, encontra-se o diálogo dialético, paradoxal e plural da filosofia real, não apenas o "blá-blá-blá" pseudo-filosófico dos discursantes em prol da massificação, da padronização, da submissão e da condenação das diferenças.
Lá encontram-se professores considerados mestres. À semelhança dos mestres gregos que, acima de tudo, ensinavam a pensar, a discernir e a agir com ética e respeito.
Lá encontram-se aqueles que reconhecem em seus mestres seus verdadeiros líderes e é de lá que, espero, venham governantes capazes de pensar em tudo isso, antes de botar seus blocos na rua, empunhando escudos, armas e bombas de efeito moral contra cidadãos que apenas exercem seu direito de reivindicar reconhecimento.
À esquerda encontra-se o direito de reivindicar e a obrigação moral de ouvir além do dever ético de atender o que for justo correto e bom.
E professores reconhecidos, valorizados e, acima de tudo, respeitados são apenas o começo dessa trajetória, à esquerda, com a que eu sonho.
Beto Richa e seus iguais, repito: TENHO NOJO DE VOCÊS, agora, definitivamente, no plural, porque "betos richas" existem muitos por aí.
Muitos deles eleitos por nós, como povo que escolhe seus governantes de forma coletiva.
- Alckmin, você é um deles!
Nossa obrigação é semear em nossos filhos a capacidade de olhar para o próximo como um igual. E é impossível fazer isso seguindo o caminho direito (entenda-se: à direita!). Porque não há subversão maior do que encontrar semelhança nas diferenças.
E este encontro só é possível à esquerda!
- Lázaro, levanta-te e Anda!
E ao te levantares, acorda teu exército de mortos vivos para marchar rumo a um convívio mais brando e esperançoso!

12 de Junho

Dia dos namorados deveria ser um dia em que, quem tem par, obrigatoriamente, deveria ficar grudado nele....
Deveria ser um dia com 50 horas, duas noites no meio, uma variedade enorme de cafés da manhã, servidos no leito, seguidamente... pra dar sempre aquela sensação de que o dia está apenas começando.
Deveria ser aquele dia em que o racionamento de água é suspenso, as represas se enchem magicamente de líquido cristalino, que vai instantaneamente para o encanamento das casas dos casais apaixonados, que permanecem demoradamente sob o vaporzinho quente do chuveiro, acariciando a pele um do outro.
Deveria ser aquele dia em que, além das janelas da casa dos enamorados, somente bruma e perfume do jardim....
Deveria ser aquele dia em que o trabalho adormece sobre a mesa do escritório, em que o calendário deixa um vácuo pra felicidade aparecer, em que a gula não resulta em ganho de peso, e a noite.... ah, a noite dos namorados deveria ser sempre estrelada....
Dia dos namorados deveria ser um dia em que todo mundo descobre que tem uma cara metade, e que essa cara-metade está ali, adormecida no travesseiro ao lado, na cama de casal, no quarto perfumado com o cheiro das delícias da noite anterior....
Deveria... Deveria mesmo....
Hoje é dia dos namorados, acordei com torcicolo, com meu marido trabalhando, lá fora tem uma garoa fria e o céu hoje não terá estrelas, a água continua racionada. O café da manhã, tomei em pé, ao lado da pia da cozinha....
Mas meu amor está comigo, na memória, nos ouvidos e na certeza de que, já, já ele está chegando...
Tô à sua espera, Dodô....

Idade Mídia

Eu pensava que estivéssemos retroagindo em direção à Idade Média, mas nas verdade, e percebi isso lendo uma postagem do Douglas, estamos avançando em direção à "Idade Mídia".
Nesse avanço encontraremos os mais favorecidos protegidos por muros, os diferentes sendo executados com a anuência da lei e o fundamentalismo religioso pautando as práticas intolerantes de exclusão, em nome da fé.
Serão anos difíceis e talvez,no futuro, os livros de história registrem esse período como "Idade das Trevas", como nos idos medievais.... Só que menestréis, mensageiros, templários, inquisidores e afins, agora, cantarão seus cantos, publicarão seus éditos, anunciarão seus comunicados, e os lançarão ao mundo através de mensagens com 146 caracteres, transmitidos instantaneamente pela fibra ótica, quase sem defasagem de tempo. Sem chances para arrependimentos, remendos, correções nem retratações eficazes.
Acho que será tudo mais rápido e, talvez por isso, mais indolor.
De certo, apenas um fato incontestável: viveremos tempo suficiente para colher as consequências.
Elas cairão sobre nós como um raio: luminosas, velozes, mortais e arrasadoras!
Santa Internet, rogai por nós!
Amém
Boa noite.
Só por hoje!

Não Pertencimento

Momento da reflexão:
Não tenho nem trezentos amigos no Facebook, enquanto alguns dos meus amigos "facebooquianos" tem milhares. .....
Recebo solicitações de amizade que demoro dias para aceitar, até estar convencida de que aquela solicitação não é apenas um interesse numérico, mas o desejo de conhecer a pluralidade de pensamentos deste universo virtual, de aprendermos a conviver com essa pluralidade de forma respeitosa.
Percebo que minhas postagens fofas, de gatinhos e cachorrinhos recebem muito mais curtidas do que aquelas polêmicas, como a redução da maioridade penal.
Eu mesma, não acompanho e não curto as publicações da maioria dos amigos de Facebook. E só tenho duzentos e poucos amigos. Imagino como seja a vida daqueles que tem milhares...
Percebo que nem 10% dos meus amigos de face compartilham comigo das posições políticas e éticas nas quais acredito e tampouco se prestam a questioná-las. E eu idem! ? Nas vezes em que tentei estabelecer um diálogo sobre divergências, percebi que não havia espaço para isso. Que este não é o objetivo deste universo.
Aí vem a questão: - Qual é o objetivo?
Que tipo de relações estamos projetando em nossas vidas reais, a exemplo do que vivenciamos neste universo Virtual?
Aqui, neste meio virtual, fabricamos as armadilhas que, na vida real, nós mesmos rejeitamos, num comportamento politicamente correto: armadilhas onde os diferentes são isolados, os questionadores são silenciados, as relações de convivências se estabelecem sob parâmetros de hipocrisia, a futilidade é o viés que equilibra as relações tidas como "saudáveis", as fantasias de que "somos todos lindos", "a vida é bela" e afins dominam as certezas individuais de quase todos. Aqui, tentamos a todo o custo neutralizar o incômodo da convivência, sem deixar de conviver. Mas estamos cada vez mais dependentes deste meio e cada vez mais distantes das vidas que nos cercam. Cada um no seu mundinho e cada vez mais fora do universo. Cada vez mais ilhados e cegos, como previu Saramago, no "Ensaio sobre a cegueira".
E, lamento, mas o incômodo, e as reflexões que naturalmente deveriam advir dele, tem-nos feito falta em nossa vida em sociedade, sob um aspecto macro-social.
Não se iludam: as redes sociais são um paradoxo, pois são, na realidade, redes anti-sociais. E poucos de nós se dão conta disso!
Fazemos tudo isso, igualzinho, na vida real, mas nos esforçamos para parecer que somos tolerantes com as diferenças e que preconceito, discriminação, intolerância, desrespeito não existem. E aqui, neste meio virtual, possuímos um muro invisível que nos protege e nos mantém entre iguais, mesmo que isso seja inaceitável socialmente.
E tudo isso para quê?
Sem resposta.
Sigo, apenas, levando esta sensação de não pertencimento!
Pqp, que merda!

Impotência

Olhamos para os jovens infratores de 16, 17 anos como se eles não tivessem passado.
Como se no seu passado não existissem histórias de abuso, de abandono, de privação física, moral e social.
Como se as estruturas sociais necessárias à boa formação do caráter não lhes tivesse sido negada pela própria sociedade, durante séculos de desigualdade.
Olhamos para os jovens infratores de 16, 17 anos como se o recorte do presente delinquente lhes conferisse uma geração espontânea no crime, sem vida pregressa.
Como não reconhecemos o passado de privação, porque não faz parte do nosso repertório de vivências, nos achamos no direito de lhes negar um futuro de dignidade, apartando-os do convívio conosco: a "sociedade", os "homens de bem"!
Pra mim é isso que explica que mais de 80% da população apóie a redução da maioridade penal.
Essa maldita SPP: Síndrome do Presente Perpétuo, na qual somos todos maravilhosos e lindos, hoje, aqui e agora.
O passado não existe e o futuro ainda não chegou!
Carpe Diem para nós.
Cárcere para os demais.....
Mas o futuro chegará e, espero que ainda nos arrependamos de tanta leviandade e egoísmo.
Me custa falar em 3a. Pessoa do plural. Me avilta integrar este "nós"!
Sou contra a redução da maioridade penal, mas, como integrante desta sociedade, mesmo que na condição de minoria, inevitavelmente recairá também sobre mim o peso dessa condenação de uma juventude sofrida, excluída, marginalizada e, possivelmente, criminalizada.
Mas, neste momento, só me resta aprender a perder. E absorver o golpe!
A sociedade somos todos nós!
Sigo vivendo nela, imobilizada, derrotada e impotente.
Nossa, que dor!
Acho que meu fígado hoje decreta falência antes das 17.

#NãoSomosTodosMaju

Sabe, Maju, acho que você merece realmente uma retratação à altura dos ataques que sofreu! 
Mas o seu silencio em relação aos ataques que negros, como você, sofrem todos os dias, na própria emissora em que você trabalha, me mostra que nem você é "Maju" mesmo.
Talvez você quisesse ser Fátima, Sandra, Leilane, Ana Maria, sei lá!
Mas nasceu "Maju"! Há anos na telinha, somente ganhou notoriedade quando passou a ser hostilizada. Mas silenciou quando deveria gritar. 
Será que você não percebe que se tornou o álibi perfeito para aqueles que plantam a hostilidade contra os seus iguais.
Desculpe, Maju, mas sou mais "Maju" do que você!

Náusea

Ofender, atacar, revelar o perfil sórdido, manipulador, desonesto de "Cunhas", "Malafaias", "Bolsonaros" e congêneres, não possui nenhum efeito destruidor ou desmoralizador sobre os mesmos.
Eles são tudo isso, e sabem disso, portanto, não há constrangimento que os abale.
O que a esquerda precisa, de forma inteligente, é descobrir uma forma de tirá-los da vitrine, pois até agora só tem conseguido lhes dar mais e mais visibilidade.
E o convívio com esses caras, diariamente, colhendo os louros de sua exposição é uma coisa enauseante.
Com licença, vou vomitar.
Volto qualquer dia desses...

Casamento

Casei duas vezes com o mesmo homem, com um intervalo de 18 anos entre cada uma delas.
Casaria uma terceira. Uma quarta. E seguiria casando com ele, somente ele, caso a vida nos colocasse neste ponto de decisão novamente.
Nunca pensei em instituir casamento com qualquer outro homem, mesmo tendo vivido outros relacionamentos, no período de separação. 
E me deparo, vez por outra, com afirmações do tipo: "o casamento é uma instituição falida".
Será? 
Observo que essa afirmação vem sempre de pessoas solteiras, solitárias ou afeitas a relações fúteis, curtas e casuais.
Nada contra as escolhas que cada um faz para si. Só não acho legal rotular como "falidas" as escolhas que os outros fazem para suas vidas.
Casei. Estou casada e aconselho: Casem! Casar é Bom! Dividir, construir, compartilhar, planejar, semear e ter alguém ao lado para colher junto é ótimo. 
Se o ciclo se encerra, não é por falência da instituição. Aliás, rotular como instituição uma prática de vida é partir de um paradigma já estagnado, portanto, morto.
É transformar o casamento em um perú, morto na véspera, para não ser servido no dia seguinte.
Falidas estão as capacidades de suportar (de dar suporte), compreender, investir no desconhecido, enfim, conviver.
Falida está a capacidade de abrir mão em favor do outro. E não só no casamento, mas na vida! 
Falida está a capacidade de associação para um bem comum, e testemunhamos isso diariamente, nas manchetes vergonhosas de egoísmo e individualismo crescentes. 
E esta falha é humana, não institucional.
Aliás, as instituições não existem sem as pessoas, portanto, um pouco de auto análise seria bem vinda a todos aqueles que observam a vidraça embaçada do vizinho mesmo antes de abrir suas própria janelas.
Douglas, quer casar Comigo? 

domingo, 14 de junho de 2015

"Pé-de-chinelo"



Ariano Suassuna, (salvo engano), afirmava que "fartura na mesa de quem tem é sinal de fome na mesa de alguém". Concordo com ele, ou com quem quer que tenha proferido esta frase, já que não posso atestar sua real autoria. Concordo que, para que haja uma diminuição da fome, é preciso redistribuir a fartura em função da carência.
E assim se buscou fazer no Brasil nos últimos 12 anos.

Ouço muita manifestação de revolta contra as medidas sociais implementadas para reverter e sanar os danos causados por tanta desigualdade que perdurou durante quase seis séculos. E ouço manifestações semelhantes de pessoas que considerava interessantes, de estranhos, de pessoas emocionalmente valiosas e de pessoas desprezíveis. Convivo com elas nos limites da minha tolerância. E noto que, em todas elas , há alguns traços de similaridade, seja na desinformação, voluntária ou não, seja na má fé, seja no hábito estúpido de replicar informações mediáticas e não factuais, sem checar a veracidade dos fatos. Noto nelas uma postura de avaliação tendenciosa e unilateral. Uma total incapacidade de vivenciar o exercício da dúvida e, como consequência, questionar o que está sendo dito, divulgado e propalado, seja pela mídia, pelas redes sociais ou pelos círculos de fofoca maledicente. 
Sinto-me na obrigação de defender meu ponto de vista, após ter lido um comentário de um desconhecido (Graças a Deus), feito em uma postagem que foi compartilhada da minha TL por um amigo de FB.
O tal "cidadão" se permite manifestar seu desejo, que considera um direito inquestionável, de sair dando "estiletadas" na cara de um outro cidadão que, até poucos meses atrás, conduzia a política econômica deste país.
Engraçado que, corajosos, como esse desconhecido, pululam nas redes sociais e manifestam sem pudores e sem constrangimento seus impulsos mais baixos, constrangendo seus interlocutores, sinalizando com uma violência virtual vergonhosa, que na maioria das vezes não se concretiza na vida real. Servem apenas para demonstrar o alcance da imbecilidade reinante atualmente. São uns boçais sem argumentos, protegidos pelas paredes blindadas das redes sociais, que validam seus comportamentos intolerantes e intoleráveis.

Ora, vamos aos fatos:
A elite brasileira, e falo de elite mesmo, não de remediados assalariados que ascenderam socialmente a uma posição de maior conforto. Falo daqueles que detém as grandes fortunas e estão confortavelmente posicionadas em suas mansões. De lá, através dos meios de comunicação,  manipulam títeres idiotas que se acham os tais, batendo panelas de dentro dos seus carrões financiados ou do parapeito de suas "varandas gourmet", — o mais novo símbolo de ostentação da classe emergente —, ainda em processo de quitação.
Todos os tolos que batem panelas, que discursam contra as políticas de redistribuição de renda, de cotas e de acesso a direitos fundamentais como cidadania, saúde e informação; que falam como se elite fossem; não passam de deslumbrados assustados, com medo de se distanciarem da elite que tanto almejam ser, por força da política econômica em curso.
E, se continuarem agindo como agem, será de fato o seu futuro: as verdadeiras elites continuarão se distanciando dos simples mortais paneleiros. Seguirão comprando seus congressistas para seguirem barrando a taxação das grandes fortunas, blindando suas vidas financeiras pregressas e escusas, ocultando seus ganhos de capital, protegidos que estão pela legislação aprovada por "cunhas", "bolsonaros", "felicianos" e congêneres.
Logo, tolos da "Classe Mérdia economicamente comprimida e revoltada", lamento informar, mas vocês NÃO SÃO ELITE. Mas também não são miseráveis. Portanto, não são capazes de dimensionar o valor de uma bolsa auxílio para quem antes comia barro com água e pirão de farinha seca.
Os senhores pautam suas críticas na minoria que subverte as regras dos programas sociais, em detrimento dos milhares que se comportam honestamente diante dos mesmos programas. (projetando sua própria lógica do "farinha pouca, meu pirão primeiro").
A continuar nesta conduta, tentando se aproximar da Elite, sem possibilidades honestas de se tornarem elite, em breve, e inevitavelmente, descerão alguns degraus na escadaria sócio-econômica e, talvez, seja necessário, inclusive, abrir mão de suas reles "varandas gourmet".
Não porque a política social seja injusta ( apesar de falha, é certo), mas porque essa "Classe Mérdia", na ânsia de mimetizar-se em elite, tem-se aproximado do lado errado da balança e tentado se aglutinar a ele. Mas, historicamente, o lado ao qual essa "Classe Mérdia" tenta se aglutinar é o lado que não divide nada com ninguém, que não se compadece com nada e que não abrirá mão de seus recursos e regalias enquanto houver na sociedade "sparrings" dispostos a apanhar por ele e  felizes em serem alto falantes que ecoam suas demandas, mesmo que egoístas e unilateralmente favorecidas.

Então, quando vejo um cidadão que vive de salário, se revoltando — a ponto de sugerir o uso da violência — contra a politica econômica, sem de fato conhecer os fatores que influenciam as decisões governamentais, sem saber a função de cada um dos poderes, sem conhecer historicamente as reviravoltas que este país já viveu, sem buscar informações factuais; me dá uma certa desesperança. Não no governo. Na sociedade, incapaz de olhar para si mesma em busca de seus iguais.

O que mais vejo é "pé-de-chinelo" posando de "grã-fino" só porque comprou um carro ( que é pago em mensalidades a perder de vista), possui um apartamento (financiado e ainda em processo de quitação) ou tem um IPhone de última geração, comprado em 10X no cartão de crédito.
Se fossem elite, teriam tudo isso, vindo numa bandeja de ouro, a título de regalia. Mas, não! São conquistas fruto de trabalho, compradas em parcelas que serão deduzidas do salário e de seus ganhos mensais. 
Apesar de suas conquistas serem fruto de seu trabalho, comportam-se como se trabalhadores não fossem, porque é seu comportamento, em tese, que lhes garante a ilusão de serem vistos como elite. Sendo assim, saem por aí se achando o máximo, tripudiando sobre subalternos, proferindo destemperos contra símbolos do governo, poupando legisladores desonestos, que discursam em favor de seus próprios interesses, validando notícias de meios de comunicação tendenciosos e desonestos. Em suma, essa "Classe Mérdia" come mortadela e arrota peito de peru, se achando o máximo, reivindicando para si inclusive o direito de agir como justiceiros, estiletando quem deles discordar ou a eles se opuser.

Não. Sr. "pé-de-chinelo-mimetizado-em-elite", o Senhor não é elite.
É um vassalo a serviço da elite e da manutenção das regalias que a elite usufrui, das quais gostaria também de usufruir e com as quais sonha diuturnamente.
E sua indignação com os alvos errados, aliada à sua conduta eticamente desprezível, contribui imensamente para que tudo continue como dantes, no quartel de Abrantes.

Sendo assim, e voltando a Suassuna, citado no início, se a conduta da "Classe Mérdia" não mudar, não for revista, a compressão que tem recaído sobre ela, e que deveria recair sobre as elites, por ela protegidas, fará com que, a médio prazo, a diminuição das diferenças sociais sejam sinônimo do injusto empobrecimento da Classe Média e da justa ampliação do poder de compra da classe "C", tudo sob responsabilidade das Elites ( injustamente poupadas e protegidas pela "Classe Mérdia").

Portanto, Classe Média, está em suas mãos reverter este quadro tenebroso de desigualdade social. E para que esta reversão não implique no achatamento do poder de compra dos "Senhores Varanda Gourmet", seria bom que o lado fortalecido fosse o lado dos Trabalhadores, posto que as Elites já tem quem as represente.
E não será com panelaços estúpidos, manifestações de ódio e discursos sectários que será possível reverter esta desigualdade.
Só será possível à medida em que conseguirmos nos solidarizar com os que tem menos, nos aliando a eles, dando uma banana a quem acha que é dono desta terra de ninguém.
Porque, lembrando: fartura na mesa de quem tem é sinal de fome na mesa de alguém....

** PS: espero que tenha ficado clara a diferença entre Classe Média e "Classe Mérdia"

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Entre ser e parecer....

"Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?"

Adoro esta fala da Malévola, principalmente porque o espelho faz com ela o que nem ela mesmo faria: a transforma em uma pessoa de beleza inatingível, incomparável, indestrutível e eterna.
Ou seja: o espelho mente para ela mais do que ela mesma.
Assim como tem feito conosco as redes sociais.
Disse "CONOSCO", porque cada vez que algum de nós se senta diante da tela de um computador para viajar pelas redes, está simulando o diálogo de Malévola com seu espelho. E me incluo nesta dinâmica.
Mas o encanto das Redes não precisa ter o efeito do Espelho Mágico da Malévola.
Quando saímos da frente do computador voltamos para o universo das contas a pagar, das doenças a tratar, das amizades por refazer, dos equívocos por reparar, das conquistas por comemorar e das derrotas por superar, enfim, voltamos à vida.
Mas, por que, na vida, continuamos querendo simular a relação de Malévola com seu espelho?

Ninguém quer ser feio, portanto, cada vez mais, mais e mais pessoas se esforçam para serem vistas sempre bonitas.
Ninguém quer ser mau, portanto, a imagem preferida a ser apresentada a quem nos conhece à primeira vista, tem sido a do "bom-mocismo" em tempo integral.
Ninguém quer ser desleal, portanto as declarações de amizade e solidariedade pipocam nas "time-lines" mundo a fora...
E inúmeros exemplos do binômio ser-parecer poderiam ser elencados aqui, mas julgo desnecessário...

O que me chama a atenção é a forma como o conflito entre ser e parecer tem transbordado para o cotidiano, cruel e devastador, a ponto de produzir um ódio inegociável entre os diferentes.

E, me assusta que, dentro desse contexto de tamanha beleza, surja um ser repugnante como "bolsonaro", sem o menor pudor de se mostrar deformado e desprezível.

Dentro desse universo mágica e irrealmente lindo em que mergulhou o mundo, "bolsonaro" virou um verdadeiro anti-herói, o que o eleva a uma casta de divindades das quais ele sequer poderia se aproximar, mas, encontra-se inserido!

Então, se estamos em um meio onde ser feio condiz com determinada aparência, imediatamente, em busca de aceitação, nos voltamos contra aquela aparência.
Se ser honesto, ou desonesto, é compatível com determinada conduta, nos voltamos de forma voraz contra aquele comportamento, para que ninguém ache que somos como aquela conduta nos faz "parecer" ser.

Isso me remete à conduta de "bolsonaro" e seus pares morais.
E me faz sentir nojo e repulsa por esse ser aprisionado dentro de tantos "bolsonaros", em diversas instâncias, que de tanto negar sua essencia, descortina sua real aparência.

— "bolsonaro", você deve se odiar demais, não?

Poderia ter pena de "bolsonaro".

Mas não!

Me indigna, me enoja, me ofende e me envergonha que tenhamos uma sociedade que elege tipos como ele para funções tão importantes.
E me entristece que, os mesmos que o elegeram, bradem pelas ruas em nome de ética, conduta moral e transparência.
Como disse o Gilmar, tempos realmente estranhos!