http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,sete-cantores-demitidos-do-coral-paulistano-serao-recontratados,1087909,0.htm
Oportuna a matéria, porque sempre é oportuno recontar histórias obscuras!
Faltou mencionar que esta solicitação do vereador foi fruto de uma investigação que durou 1 ano e que, dentre outras coisas, apurou o desaparecimento das planilhas de notas e comentários dos julgadores, as notas individuais de cada julgador para cada cantor, além da destruição das gravações que comprovariam os desempenhos, tanto de aprovados quanto de reprovados. Não é uma operação "Chapa-branca" onde o vereador manda e a secretaria faz!
Entre as atribuições do Edil encontra-se o dever de investigar atos da administração pública. E foi que que se fez, desde outubro de 2012. Esta investigação, após apurar todos os fatos, obrigatoriamente, teve que atender à solicitação de recondução dos cantores aos seus postos originais, posto que a apuração de irregularidade nas audições tornou-se um fato comprovado, não apenas uma ilação, uma suposição ou uma suspeita.
Eu fui avaliada nesta audição e durante os três meses que separaram a primeira da segunda fase das provas convivi com as comemorações veladas, os olhares de vitória e os comentários entredentes que davam por certa a minha reprova, que somente não aconteceu porque levei comigo a gravação da minha prova, feita por mim mesma: intuía que as gravações não nos seriam entregues e que serviriam apenas como mais um instrumento de intimidação, aliado às preleções constantes que abalavam o ânimo de todos os que ainda estavam por ser avaliados.
A reversão deste processo, fato inédito na história do Theatro Municipal de São Paulo, deveria ser comemorada por TODOS os artistas do Theatro, porque a despeito de avaliar o mérito ou o demérito dos cantores, quer aprovados, quer reprovados, garante que os processos de avaliação de competência musical tem que ser justos, honestos, transparentes e comprovados, independentemente dos históricos de antipatias, simpatias, concordâncias e discordâncias pessoais. Não podem ser resultado de trafico de influencia, nem de predileções. As questões pessoais podem ser solucionadas na polícia, na justiça ou no DIVÃ do analista. Nunca em uma banca de audições de uma instituição pública.
Como cantora, NUNCA pedi à senhora diretora que destruísse as provas da minha avaliação! Esta afirmação não procede e não condiz com a verdade!!! As provas comprobatórias de desempenho são documentos públicos, compõem o meu prontuário de cantora do Theatro, assim como dos demais cantores, e deveriam ser mantidos lá, contando minha história de sucessos e fracassos dentro da casa. São documentos que comprovam a realização de uma prova convocada publicamente por diário oficial, com a anuência de competência dos integrantes da banca atestada por edital. Que mérito tem tudo isso se, ao findarem as provas, todas os documentos serão incinerados e restarão apenas vestígios? Vestígios, normalmente, são confissões de culpa! Eu quero meu prontuário completo e vou buscar a reparação por este dano, material e moral! Destruição de documentos públicos, ocultação de provas, adulteração de resultados, até onde sei, podem ser visitados nos incisos do código penal e são passíveis de punição.
Nenhum cantor, que seja do meu conhecimento, solicitou a destruição das provas, a não ser que esta solicitação tenha sido decidida em reunião secreta, em fórum restrito, sem representatividade e sem o conhecimento e a anuência de todos. E se assim for, cabe questionar a validade do pedido apresentado e a representação que conduziu este pedido até a direção, caso isto de fato tenha acontecido e não seja somente uma cortina de fumaça para eximir a direção da casa da sua conivência com os fatos. Se de fato houve tal solicitação, cabe também conhecer o nome dos que apresentaram tal solicitação, pois GARANTO: eles não falavam por mim!.
Pelo contrário, as provas foram reiteradamente solicitadas pelos interessados e veementemente negadas pela direção da casa! Repetidas vezes e em diversas instâncias.
Quem reparará os espíritos que foram atingidos por este processo?
Algumas pessoas, no exercício de suas funções, sentem-se tão à vontade para assumir fatos indignos de seus cargos que sequer hesitam em declará-los. Algumas assumem que fatos absurdos e inexplicáveis fazem parte do jogo e outras, tamanha a vergonha cometida, preferem se calar.
Eu, de minha parte, gostaria que esta novela tivesse cenas dos próximos capítulos, que podem versar sobre assédio moral, tráfico de influências, perseguição, improbidade administrativa e outras coisinhas mais...
Desejei que os fatos fossem apurados e, mesmo aprovada, solicitei a investigação. Esperei pela sua conclusão e agora, comemoro o resultado, sim, com a felicidade de saber que a vida encontra suas formas de reparar injustiças de processo.
Estou falando do processo, porque julgar os colegas que saíram, e que agora retornam, tanto quanto os que ficaram, não cabe a mim, nem a ninguém! Mas ao exercício do nosso trabalho que se dará daqui em diante, que deverá, PRIORITARIAMENTE se construir sobre pilares de tolerância e humildade.
Aqui, novamente, talvez caiba o Divã do analista, para a elaboração prévia em favor da vivência dos fatos futuros. Se isso for possível...
A verdade é que contra fatos não há argumentos.
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ResponderExcluirPor favor, comentários somente com a identificação do autor. Não é mais hora de esconder a cara!
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