quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Enfim...

A sensação da sobrevivência muitas vezes supera a sensação de estar viva!
Sobreviver é resistir, é superar, é suportar além do insuportável.
É acordar hoje acreditando que é o último dia, a última vez, para não mais...
É dormir hoje, depois de ter transcorrido o dia, sem saber como será amanhã!
E muitas vezes o amanhã não é o dia seguinte, nem a semana seguinte, nem o mês seguinte.
Muitas vezes o amanhã demora anos pra chegar.
O meu amanhã chegou hoje!
Hoje, sentada entre dezenas de pessoas, olhei pra mim e me disse em silêncio: "Parabéns, você sobreviveu!"
Sobrevivi à morte da esperança e ela hoje renasceu.
Sobrevivi à perda da disposição e minha disposição hoje novamente despertou.
Sobrevivi à humilhação e ao achaque e hoje minha cabeça erguida novamente me fez caminhar altiva pelos corredores até ontem infectos e mal frequentados, com a certeza de que estou sim, no meu lugar!
Hoje meus ouvidos se abriram novamente.
Hoje meu coração novamente entrou no ritmo.
Hoje descobri que estar viva é muito mais do que respirar, pulsar, suar e no fim do dia adormecer.
Estar viva é transpor uma trincheira de provações sem perder a honra, sem perder o norte, sem vender barato aquilo que para mim tem valor inestimável: minha liberdade, minha dignidade e minha fé naquilo que acredito ser correto e bom.
Não vendi!
Não cedi!
Não!

Sobrevivi pra dizer não à bajulação e ao assédio.

Sobrevivi para colher o que semeei e para me alegrar por todos os "nãos" que por mim foram ditos e pelos "nãos" que ainda irei dizer pela vida afora!

Hoje sei que sobreviver transcende o fato de estar viva, porque só quem sobrevive aprende a dar valor ao berço onde nasceu, às estradas que trilhou, aos caminhos que percorreu.

Sobreviver é ter pra onde voltar, saber de onde eu vim e, no final do dia, ter com quem dividir a experiência de não ter morrido no meio do deserto!
Meu amanhã chegou hoje, reconduzindo a vida aos trilhos e com novos horizontes.

Douglas, devo isso a você!

Um comentário:

  1. Na travessia deste deserto, vejo sempre dunas e mais dunas. Mas guardo na minha memória a imagem das pessoas de quem me despedi pelo caminho e sei, que a qualquer momento este deserto vai findar e eu as reencontrarei cônscio do pacto que fizemos desde o início:

    "É preciso resistir e reiterar a cada passo: NÃO À BAJULAÇÃO E AO ASSÉDIO!!!"

    Parabéns, moça! A gente ainda vai se ver!

    ResponderExcluir