quinta-feira, 16 de julho de 2015

12 de Junho

Dia dos namorados deveria ser um dia em que, quem tem par, obrigatoriamente, deveria ficar grudado nele....
Deveria ser um dia com 50 horas, duas noites no meio, uma variedade enorme de cafés da manhã, servidos no leito, seguidamente... pra dar sempre aquela sensação de que o dia está apenas começando.
Deveria ser aquele dia em que o racionamento de água é suspenso, as represas se enchem magicamente de líquido cristalino, que vai instantaneamente para o encanamento das casas dos casais apaixonados, que permanecem demoradamente sob o vaporzinho quente do chuveiro, acariciando a pele um do outro.
Deveria ser aquele dia em que, além das janelas da casa dos enamorados, somente bruma e perfume do jardim....
Deveria ser aquele dia em que o trabalho adormece sobre a mesa do escritório, em que o calendário deixa um vácuo pra felicidade aparecer, em que a gula não resulta em ganho de peso, e a noite.... ah, a noite dos namorados deveria ser sempre estrelada....
Dia dos namorados deveria ser um dia em que todo mundo descobre que tem uma cara metade, e que essa cara-metade está ali, adormecida no travesseiro ao lado, na cama de casal, no quarto perfumado com o cheiro das delícias da noite anterior....
Deveria... Deveria mesmo....
Hoje é dia dos namorados, acordei com torcicolo, com meu marido trabalhando, lá fora tem uma garoa fria e o céu hoje não terá estrelas, a água continua racionada. O café da manhã, tomei em pé, ao lado da pia da cozinha....
Mas meu amor está comigo, na memória, nos ouvidos e na certeza de que, já, já ele está chegando...
Tô à sua espera, Dodô....

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