quinta-feira, 16 de julho de 2015

Dilma, Te vejo amanhã!

A falta de dados para compor uma linha de raciocínio lógico, coerente e isento é uma das características do cidadão brasileiro.
E o cidadão brasileiro é vítima desta sua característica.
O que está acontecendo no jornalismo brasileiro nos deixa a todos reféns da manipulação da informação, numa prática de propaganda eleitoral mascarada com a face de jornalismo.
Assim como mascara o direito de defesa e de resposta, quando este direito é concedido a quem está no poder, com a face de censura.
Por que não interpretamos como censura o direito de resposta que é concedido a quem está na oposição?
E por que consideramos que quem está na oposição é sempre o portador da verdade?
Nesta campanha temos visto Aécio Neves desfilando como paladino das verdades que todos nós gostaríamos de dizer... Mas ele não as diz porque crê nelas, nem porque as pratica. Ele as leva como bandeira porque sua coordenação de campanha, antes de entrarem em campo para a campanha propriamente dita, fez inúmeras pesquisas de intenções de vida, não de voto.
Sabem o que as pessoas querem comer, querem viver, querem conhecer, querem possuir. Assim como sabem também do que é que a população quer se livrar, se desfazer, quer esquecer, quer superar.
E a campanha de Aécio foi toda calcada no discurso do que é que eles querem ouvir.
Aécio angariou uma legião de eleitores com um simples gesto: foi aquele que passou a mão na cabeça dos indignados, dos insatisfeitos, dos pseudo-desfavorecidos e lhes disse que o futuro, com ele, será diferente.
Aécio é o marido traidor que chama a mulher traída de linda, que declara amor eterno, segundos após de ter sido flagrado com a vizinha, no sofá da sala de sua casa, aos beijos quentes e inegáveis.
Aécio tem um passado vergonhoso, tem uma conduta permeada de fatos obscuros. Mas, com base nas pesquisas de intenção da população, está dizendo o que todos querem ouvir.
E boa parte dos eleitores está disposta a queimar o sofá que testemunha a traição para repaginar a casa com o mesmo marido traidor. É a ilusão da mudança daqueles que na verdade querem parecer renovados mantendo o mesmo núcleo de conforto, sem ter que se envergonhar disto.
Assim são, em boa parte, os eleitores de Aécio.
E esses eleitores confundem fatos por não se darem sequer ao trabalho de analisá-los friamente. Afinal a análise fria e factual da cena da traição aconselharia expulsar o marido, mantendo o sofá. Mas... e o conforto, fazer o que sem ele? O marido pode comprar quantos sofás forem necessários, à medida das novas traições cometidas... E o discurso da renovação caberá muito bem em todas as vezes que for necessário renovar o mobiliário...
Vergonha!
Como vergonhosa é a tentativa de acusar de "censura" o livre exercício de defesa contra um crime eleitoral cometido repetidas vezes, pela Veja, pela Folha, pelo Jornal Hoje, pelo Jornal Nacional, cagando na decisão do tribunal que impede a circulação e a divulgação da revista, já que sua reportagem de capa foi considerada mentirosa, (pela inexistência de provas e pelo desmentido do advogado do depoente que justifica a ação de Veja) e a serviço apenas da propaganda política do candidato elitista.
Não senhores, cobrar seriedade da imprensa, cobrar isenção da imprensa, cobrar dela que se submeta à lei como qualquer cidadão de bem não é censura.
É simplesmente cobrar respeito às instituições que garantem o exercício democrático, que todos nós reivindicamos, alguns de nós sem nem mesmo saber o que isto significa.
A liberdade de imprensa é a garantia de divulgação ampla e isenta de fatos.
Divulgar ilações tendenciosas não é exercício de liberdade de imprensa. É crime.
Por isto a revista Veja foi punida dentro do processo eleitoral em curso.
Por isso a REDE GLOBO DE TELEVISÃO deveria ter sua concessão cassada por crime eleitoral, insubordinação aos ditames da lei, mal uso de concessão pública, calúnia, injúria e difamação, interferência lesiva e nociva sobre o processo eleitoral.
Não é possível que uma instituição criminosa detenha a maior parcela dos meios de comunicação do país somente porque a ditadura militar lhes conferiu esta propriedade para ser um instrumento a serviço do estado de exceção.
O comportamento da Rede Globo esta noite demonstra que o estado de exceção é a meta a ser atingida pelos que norteiam os caminhos do jornalismo no Brasil e isto sim, pra mim, é algo a ser combatido com firmeza.
Este é o verdadeiro golpe. Isto sim é corrupção, de princípio, de valores , de direitos sociais comuns a todos.
Dispor da boa-fé da população, da forma como Globo e periféricos fazem, é um exemplo de corrupção muito maior do que qualquer outro, porque boa-fé é um bem inestimável.
Mas só saberá o que isto significa quem utiliza a boa-fé como princípio de suas ações, infelizmente...
O jornalismo Brasileiro é totalmente desprovido de boa-fé, de isenção, de lealdade aos fatos. E os culpados por isto, ao mesmo tempo que vitimas, somos nós, com nossa preguiça intelectual, nossa desatenção à história, nossa conduta reprovável quando se trata de preservar nossa zona de conforto.
Vítimas e algozes, nos encontraremos todos amanhã...
E as vitimas, certamente, terão maior sobrevida que seus algozes. Este é o meu alento.
Dilma, te vejo amanhã!!!

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